A idolatria se confunde com a história da humanidade independente
do lugar, fim social ou época. Isso já é saber de todos principalmente dos
sujeitos que estão fartos desse vício no erro, isto é, o autodesapego ou medo,
a projeção no espectro de uma veleidade ou a inveja icária do inadmissível, a transmigração do
desejo ou a insatisfação consigo terminam por fundar os elementos de construção dos
ídolos. Devem existir outras tantas dezenas de antíteses que conflagrem esse desastre
do pensamento, mas não nos cabe nem seria inteligível enumera-los por
isso fiquemos no plausível. Neste contexto é fato que o "ídolo" seja
para muitos o alimento do corpo etéreo¹: o anelo da "alma" projetado num ser real
ou imaginário.
O corpo etéreo ou alma (nada mais que pensamento) tem características não sensíveis que
dependem do corpo físico, mas somente quando estão dissecados por conceitos dogmatizados. Contrário disso amalgamados
não teme o além; reconhecem a capacidade comum ao humano; despreza qualquer
tipo de adulação; sejam a cantores, atores, políticos, clérigos, músicos,
patrões nossos de todos os dias e afins; busca entender as ideias tal como um
escultor lapida sua obra. Note que quem tem estes elementos (ídolos) como fim não irá
além de sua meta que é estar próximo daquilo ou no máximo ser aquilo.
A liberdade mental está na filáucia equilibrada num nível que não
pretenda soberba nem solipsismo, no momento da autoconfiança
sem recorrência alhures consolos fantástico. Àqueles que
se desintegraram da rocha há mais de um século agora negam a metáfora do
camelo e da agulha, daqueles que sabem dizer o caminho, mas não sabem ir... Dos
que dizem que tudo vai dar certo se for por aqui... Não existe caminho certo ou
errado. Existem vivências que só serão plenas sem idolatria. Negar as diversas
formas de idolatrias e sugerir um caminho qualquer não é honesto, sigamos apenas o
mensurável. Idiolatria que o inverso da idolatria é outra tolice às
avessas: cuidado! Podes vir a ser um pelego dos modismos a praticar mimeses; cacoetes modais enobrecidos pela práxis convencionalmente lucrativa para uns (ou um em cada nove).
Não existe melhor viver que um viver sem culpa, sem penitências,
sem medos, sem apego tosco a indivíduos boçais que se pretendem virtuosos - ou - feitos por terminologias miraculosas frutos de inspirações espetaculares de coetâneos ou distantes. Ou ainda produtos midiáticos da atualidade. Para um "viver bem" afaste de seus pensamentos os ídolos. Eles
não ressuscitarão. EU VI! Eles só nos servem mortos, Nos servem na condição de inúteis. E
isso não é nada iconoclasta. Isso é uma vontade de socialização das capacidades
humanas libertas de trocas, submissão ou pressão. Enfim, estou bem! Eles não estão aqui... Estão todos mortos em mim e por mim obliterados!
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Nota:
1. Corpo etéreo e alma são apenas sínteses do nosso pensamento. Mais uma resposta totemista que buscamos em nós (considere Claude Lévi-Strauss) - uma base de identificação a fim de nos assegurar de nossa razão. Para não deitarmos achando que somos o que queríamos ou não "ser." Num propósito mais estranho diria: para que se sonharmos que somos Napoleão Bonaparte não acordamos, um dia, satisfeitos em ser o seu cavalo.
Pra variar, tive que me valer do Houaiss pra ler a sua crônica sobre os ídolos. rs... não sou tão boa Pedagoga como vc. Gosto da liberdade com que escreve. E que liberdade! É como se vivesse em outro planeta. Se eu concordo? Bem, penso que líderes, (esses que a mídia ou a juventude de hj elegeu) em nada contribui ao menos, se contribuisse... seria válido para uma boa influência, enfim. Mas, ocorre o inverso. Quanto a liberdade (pra pensar, ok), no palpável, creio que tudo pode ter um limite. Alma não é só um pensamento, ela é real, rs... quanto ao resto concordo sim... Os ídolos de nada servem...
ResponderExcluirRevisitei este texto mais uma vez... Parece que a cada dia somos um... Não que tenha mudado minha forma de pensar, mas me parece que hoje não teria ânimo para para ser tão duro quanto pareço ter sido. Penso que a idade atenue nossa iracividade e passemos a tolerar tudo que achamos ser maledicências dos outros. Sabe lá...
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