É imperativo num estado corrupto cidadãos obtusos e sem norte:
Uma parte lamenta o muito que não tem, outra parte felicita-se por ter o pouco que muitos não têm...
A corrupção confunde; sorrir-se sem estar, de fato, satisfeito. Talvez em esperanças de receber as migalhas dos superiores; lamuria-se pelo fútil, morre-se todas as tardes de domingo em frente a televisão por um programa boçal ou vai-se ao shopping.
Esta aporia traça no indivíduo certa confusão involuntária digna de um arquétipo internacional mentiroso (o brasileiro é um povo feliz) - não feliz, mas desinteligente, alienado.
Esta aporia traça no indivíduo certa confusão involuntária digna de um arquétipo internacional mentiroso (o brasileiro é um povo feliz) - não feliz, mas desinteligente, alienado.
Sófocles disse que "quanto menos sabedoria mais alegria", um dito mais moderno de autoria desconhecida - em paráfrase - diz que "a ignorância é o patamar da felicidade". Ambos os casos se aplica com precisão ao brasileiro. Não somos nada, somos vítimas de nossa própria incapacidade de agir, de observar-nos holisticamente.
Estamos no fim ou no começo?
Que será de nós, que será de vós?
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São Paulo, SP, BR, 1999.
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