Que as redes sociais são capazes de realizações incríveis: ouvimos todos os dias de especialistas, não especialistas e metidos a especialistas no assunto, mas onde estão e o que são estas realizações? Matéria difícil!
O indivíduo vai à sua imaginação, tira uma foto e posta que está muito feliz, vai a um restaurante ou bar (beber muito) e posta um selfie (a nova onda não só de jovens - o que seria compreensível).
Numa análise não muito profunda (nem é necessário) é possível perceber que as pessoas em suas páginas (não só facebook) conversa-se com, no máximo, cinco a seis amigos quais já faziam parte de sua roda - postula (implicitamente) às demais atividades "um like" para preenchimento e realização de seu ego. Fato real é que os posts são do alter-ego, ou seja, posta-se para chamar a atenção e curte-se para agradar ou para mostrar que está ligado a isso - vaidade... Resumo: é uma falsidade sem tamanho, mas isso não vem ao caso.
Redes sociais sempre existiram (rodas de conversas, grupo de amigos, confrarias, maçonarias, igrejas, sindicatos, etc) - o que vemos hoje é apenas uma logarimitização das possibilidades de troca. O que estão valendo estas trocas para a construção de uma sociedade melhor só o tempo vai dizer (evitarei a presunção e não pousarei de vate).
Em uma conversa Antonio dizia ter nesta rede 220 amigos, porém dialogava com dois ou três apenas - os outros, bem provável, sejam amigo do amigo do amigo... Logo passou a perceber que Facebook é um universo vazio carregado de assuntos sem direção - ou como mais nos parece: lixo espacial... Bem poderia chamar-se "inutilidade.com", no entanto diante da magnitude que tomou será um tanto demorada esta percepção. Antonio, que entrou na rede com certo descredito de sua beneficência' não tardou sua comprovação: multiplicação das formas de preconceito, desrespeito multipolarizado, incoerência, etc.,. Recentemente comentou sobre um post que pregava o preconceito de origem; em seguida um vídeo postado em que uma moça perambulando pela rua - sem roupa alguma - com problemas mentais, num filme de 5 minutos, postado, "curtido", compartilhado e comentado (onde quem parecia louco são os ditos normais). Chegou a denunciar aos administradores do Facebook, porém a resposta (veja print) é uma autentica ignominia.
Ambos os posts foram retirados do ar por iniciativa dos donos das páginas após envio de mensagens, uma vez que o Facebook não cumpre sua função de mediação.
Poderia escrevinhar mil linhas sobre o reducionismo a que nos coloca o Facebook (e similares), talvez não convencesse a ninguém de sua inutilidade, poderia denunciar que o perfil de cada um é estudado e vendido com seu e-mail (também o I.P.); nada disso adiantaria... Também não é novidade para muitos.
Então nos resta apenas apagar nosso perfil, assistir a mais esta amostra gratuita de imbecilidade implantada na sociedade e absorvida por todos como essencial para a vida. Digo "não é", pois estas redes conseguem apenas promover o isolamento das pessoas de maneira ainda mais desinteligente. É certo que seja uma possibilidade de articulação, mas é ilusória e débil. Assim como é frágil nossa capacidade de convencer a massa a sair de outros buracos obscuros criados pela bitola capitalista. Ocorre, enfim, a multiplicação do comezinho, a estratificação do ordinário, a proliferação do vulgar, do insólito num processo acelerado de arrebatamento e proselitismo para, novamente, gerarem os extratos que farão perdurar os vícios do consumo, do uso de antolhos, da usura e do olhar para o umbigo.
Zeus me dê fígado!
Zeus me dê fígado!
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