As generalizações, em princípio, são terrenos perigosos. Por que não dizer pantanosos. Mas algumas são tão difíceis de serem negadas que se assemelham a verdade.
Devemos dizer verdade porque verdade, assim como a realidade, é também algo falso e provocado, quase ilusório.
Então generalizar é provocar algo latente a sua circunstância impura ou contrária ao gosto da maioria. Isto é, não classifica-se um todo generalizado quando esse "todo" é positivo. Apenas se classifica com este ou aquele adjetivo.
Se dissermos que determinado povo ou nação é alienada, além da falta de respeito com este povo, estaremos nivelando a todos por baixo. Uma forma de generalização corriqueira e sentenciosa, às vezes não absolutamente falsa ou em seu todo verdadeira.
No entanto o que dizer de um país que se entrega a uma paixão qualquer como uma criança a um doce?
Não se diz nada, pois "que" tanto os doces quanto as paixões têm os seus sabores.
É possível notar, em dias de "paixonite aguda" parte desta nação se comportar nas ruas, nas empresas, no transporte, nos semáforos em seus carros como crianças ávidas para a hora da merenda ou a liberação dos portões às 11h00 (hora de ir embora da escola).
Desta forma vimos um país, literalmente, parar para assistir uma partida...
Coincidentemente lia Durkheim que dizia (em As regras do método sociológico): "que tente o indivíduo opor-se a uma destas manifestações coletivas, e os sentimentos que nega voltar-se-ao contra ele. (...) Somos, então, vítima de uma ilusão que nos faz acreditar termos sido nós quem elaborou aquilo que se nos impôs do exterior."
Das palavras de Émile Durkheim: qualquer semelhança com um país que considera uma partida de futebol mais importante que uma eleição para presidente e que se chama Brasil não é mera coincidência...
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