O povo de São Parvos* desde o começo de sua história foi agraciado com um fluxo migratório de dar inveja a qualquer gestor da administração pública. Essa característica que é benéfica aos cofres públicos - não tão significativa para cultura, o folclore e as tradições do lugar fazem desta cidade um ambiente opaco e sem cara; ou melhor com muitas caras, diversas, ininteligíveis, esnobes, apopléticas, fingidas e às vezes fósmeas (como em todos os lugares).
Certa vez, após ter minha cultura ofendida, perguntei ao meu interlocutor se sabia o que era Cavalhada ou Catira, não tinha a menor ideia, parte do povo de "São Parvos" nada sabe do que sobrou de seu folclore, mas é um exímio zombador do resto do país.
Nesta lista podemos incluir próceres, transeuntes, aspirantes e neófitos que adunam-se para negar suas raízes patriarcais.
Para compensar a inexistência de uma cultura sólida que geralmente toda grande cidade que se preza tem - fortaleceram-se elementos que o viés econômico impõe como signo cultural, digo: gastronomia, turismo de negócio, restos de festas religiosas (quase profanas - hoje), importação e cultuamento a festas exógenas (italianas, chinesas, japonesas, etc). Até aqui tudo certo em São Parvos (a cidade de mil caras). O respeito e o culto ao estrangeiro lhe parece ser um esto favorito. Em contraposição o que faz parte das linhas imaginárias políticas federais - para os são "parvinos"- é inferior, isto é, a miscigenação a tornou extremamente xenófila e estranhamente jacobina para culturas internas.
Para os são "parvinos" mineiro almoça e janta queijo; todo gaúcho é homo sexual; carioca é malandro ou indolente; todo nordestino é baiano; amazonense é índio - como se isso fosse ruim; baiano não trabalha, é desajeitado, limitado ou tem mau gosto (nossa história prova ao contrário). Mas quem são estas "pessoas excepcionais" que insistem em tolher o "baiano e todo o resto do Brasil" em seus dias? Morando há vinte anos em "São Parvos" posso - com propriedade - agrupá-los em tipos e representações: diretores nanicos que mal usam a língua portuguesa; "periguetes" de cabeças avantajadas, descendentes direto ou com ascendentes; mamelucos; mestiços ítalo-nordestinos; peruas que usam bolsas falsas da Louis Vuitton; mulatos que parecem querer vingar o preconceito que sofrem em alguém; suburbanos que usam vagões de trens para ir ao trabalho; playboys; funkeiros; filhotes da elite (filhos de imigrantes em geral) que pelo eterno prazer adolescente sustentam-se na pseudo "superiodade" de um sobrenome europeu (poucos saem da adolescência: verdade universal); etc.,. Ou seja, não encontramos nada de novo em "São Parvos", apenas vidas mecanizadas e irreflexivas - de forma igual podemos encontrar em qualquer parte do mundo. Nota-se que o fator determinante para a geração de estereótipos seja o poder aquisitivo: veja que ingleses zombam de australianos (são dandis), que australianos discriminam os aborígenes (são animais); veja que americanos discriminam latinos de todas as partes, ao sul os mestiços dos trópicos (inclusive são "parvinos" que lhe são tão louvaminheiros e copistas ), veja que os estereótipos parecem nascer de diferenças econômicas.
A escala do preconceito obedece um escopo piramidal do topo financeiro para baixo - menor poder aquisitivo, menos conhecimento, menor possibilidade de defesa ou ataque. Será?
__________
Dia desses um tal Rogério Flausino (eterno adolescente vocalista de banda pop) chamou de preguiçosos baianos que assistia o que chamam de show - em resposta propusemos:
Sou tão “inerte” quanto mineiro gosta de queijo (como se somente este comesse queijo);
Sou tão “estafermo” quanto carioca é malandro (como se apenas no Rio os cofres públicos fossem fraudados);
Sou tão “ocioso” quanto gaúcho é gay (como se não tivesse homo em outros lugares);
Sou tão “indolente” quanto paulista é nobre (como se somente estes tivessem dignidade);
Sou “tão ocioso quanto o cérebro dos indivíduos limitados presos a preconceitos do período escravagista”!
Sou tão lembrado que me sinto invejado!
Certa vez, após ter minha cultura ofendida, perguntei ao meu interlocutor se sabia o que era Cavalhada ou Catira, não tinha a menor ideia, parte do povo de "São Parvos" nada sabe do que sobrou de seu folclore, mas é um exímio zombador do resto do país.
Nesta lista podemos incluir próceres, transeuntes, aspirantes e neófitos que adunam-se para negar suas raízes patriarcais.
Para compensar a inexistência de uma cultura sólida que geralmente toda grande cidade que se preza tem - fortaleceram-se elementos que o viés econômico impõe como signo cultural, digo: gastronomia, turismo de negócio, restos de festas religiosas (quase profanas - hoje), importação e cultuamento a festas exógenas (italianas, chinesas, japonesas, etc). Até aqui tudo certo em São Parvos (a cidade de mil caras). O respeito e o culto ao estrangeiro lhe parece ser um esto favorito. Em contraposição o que faz parte das linhas imaginárias políticas federais - para os são "parvinos"- é inferior, isto é, a miscigenação a tornou extremamente xenófila e estranhamente jacobina para culturas internas.
Para os são "parvinos" mineiro almoça e janta queijo; todo gaúcho é homo sexual; carioca é malandro ou indolente; todo nordestino é baiano; amazonense é índio - como se isso fosse ruim; baiano não trabalha, é desajeitado, limitado ou tem mau gosto (nossa história prova ao contrário). Mas quem são estas "pessoas excepcionais" que insistem em tolher o "baiano e todo o resto do Brasil" em seus dias? Morando há vinte anos em "São Parvos" posso - com propriedade - agrupá-los em tipos e representações: diretores nanicos que mal usam a língua portuguesa; "periguetes" de cabeças avantajadas, descendentes direto ou com ascendentes; mamelucos; mestiços ítalo-nordestinos; peruas que usam bolsas falsas da Louis Vuitton; mulatos que parecem querer vingar o preconceito que sofrem em alguém; suburbanos que usam vagões de trens para ir ao trabalho; playboys; funkeiros; filhotes da elite (filhos de imigrantes em geral) que pelo eterno prazer adolescente sustentam-se na pseudo "superiodade" de um sobrenome europeu (poucos saem da adolescência: verdade universal); etc.,. Ou seja, não encontramos nada de novo em "São Parvos", apenas vidas mecanizadas e irreflexivas - de forma igual podemos encontrar em qualquer parte do mundo. Nota-se que o fator determinante para a geração de estereótipos seja o poder aquisitivo: veja que ingleses zombam de australianos (são dandis), que australianos discriminam os aborígenes (são animais); veja que americanos discriminam latinos de todas as partes, ao sul os mestiços dos trópicos (inclusive são "parvinos" que lhe são tão louvaminheiros e copistas ), veja que os estereótipos parecem nascer de diferenças econômicas.
A escala do preconceito obedece um escopo piramidal do topo financeiro para baixo - menor poder aquisitivo, menos conhecimento, menor possibilidade de defesa ou ataque. Será?
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Dia desses um tal Rogério Flausino (eterno adolescente vocalista de banda pop) chamou de preguiçosos baianos que assistia o que chamam de show - em resposta propusemos:
Sou tão “inerte” quanto mineiro gosta de queijo (como se somente este comesse queijo);
Sou tão “estafermo” quanto carioca é malandro (como se apenas no Rio os cofres públicos fossem fraudados);
Sou tão “ocioso” quanto gaúcho é gay (como se não tivesse homo em outros lugares);
Sou tão “indolente” quanto paulista é nobre (como se somente estes tivessem dignidade);
Sou “tão ocioso quanto o cérebro dos indivíduos limitados presos a preconceitos do período escravagista”!
Sou tão lembrado que me sinto invejado!
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* São Parvos é uma referência
para todos aqueles que não respeitam as culturas alheias independente
de serem paulistas, paulistanos, fluminenses ou nordestinos. São parvos
todos aqueles que se sentem superior ao outro (independente de linhas
imaginárias políticas que pouco podem inflectir sujeitos), são parvos
todos aqueles que carregam alguma forma de orgulho. São parvos todos
aqueles que não se abrem ao diálogo com patrícios ao invés disso o
desconhece, estereotipa.
Finalizo
dizendo que apesar do constante desrespeito existe "aqui" muita gente
integra que merece nossa condescendência - nada diferente de outros
lugares...
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