...Dizia que política é um monstro moto continuo
que mata ou aleija as pessoas.
Neste país os doentes não querem a cura porque curar-se dói mais que permanecer no paludismo perene, ad eternum.
Neste país os doentes não querem a cura porque curar-se dói mais que permanecer no paludismo perene, ad eternum.
De minha parte estou caminhando para uma crise de egoísmo
pós quarenta onde as desilusões das experiências são as cores mais vivas.
Diante da arrogância dos homens que buscam cegamente poder e capital - ou ambos
em concomitância - já me sinto atado e inútil. Como se meus ideais tivessem
fora do prazo de validade.
Se isso persistir serei como a "maioria" dada exclusivamente
ao formato mais tosco do "carpe diem" de Horácio. Isto é, morri há
seis meses! Agora sou um zumbi. Desses que nada sabe ao redor. Daqueles que apenas quer uma direção. Como obviedade inerente a um eterno insatisfeito não
seria um desses zumbis que vivem com sorrisos plásticos estampado no rosto em
direção ao shopping ou a praia no final de semana prolongado, mas daqueles mais
assustadores que o pavor toma a face como reflexo de quem observa, porque o
pavor está em mim como refração do que assisto. Me estampo o horror de modo
reflexo. Me fugiram as energias para criticar o modus vivendi porque este me sobrepuja; não me assusta, mas
tolhe-me, não limita meu pensar, mas minha ação. Sou um zumbi não acovardado,
mas fragilizado pela mentira dos homens.
Agradeço sua boa-fé num homem que morre aos poucos –
diferente de muitos homens que não nasceram (os verdadeiros zumbis que
dividimos as avenidas) ou daqueles que nasceram e permaneceram calados,
reprimidos por toda vida, porém não me vejo homem político. Isso seria outra
forma de permanecer zumbi nesta sociedade de escravos onde os fins interessam
mais que os meios (parafraseando Maquiavel).
Abraço a minha muito querida amiga CML.
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