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Reciclemos toda sociedade

Uma manhã de domingo. Caminhava pela mal cuidada calçada da rua em direção ao posto de entrega de recicláveis... Empurrava uma bicicleta para de lá ir a uma pista. Ainda sofro da vontade de ter um corpo saudável...
Não é o sexagésimo domingo que faço isso, talvez muito mais que ducentésimo. Não sei... Tenho um amor tremendo pela natureza e pela vida em modos mais singelos de ser.
Uma pessoa singela é a representação mais pura de humanidade.
Não é o que encontramos nas grandes cidades, já não mais nas menores onde a hipocrisia, carregada  nos braços do progresso, altera a mentalidade dos sujeitos em todas as plagas possíveis.
Uma cena constante destas idas ao posto de recicláveis é observar pela sarjeta, calçada e até no meio da rua (caixas, embalagens plásticas e de papel e vez ou outra móveis domésticos) nos dando conta que depois de várias décadas de alertas científicos "os cidadãos" não se conscientizaram da necessidade de cuidar do planeta. Um cuidado que começa com atitudes simples como o descarte correto do lixo que produz, mas isso é muito para os pobres alienados da periferia ou para mentes soberbas da nova burguesia que se orgulha em pagar 50 dinheiros para alguém (por mês) e classificá-la como "minha empregada". Mais justo seria chamar de sua escrava!
Esse tipo esnobe são os novos elementos da classe média brasileira, também poderiam ser chamados de parasitas de shoppings centers. Consumistas e esnobes! Esse projeto de elite saído - em sua maioria - das entranhas da periferia carrega sua boçalidade na vontade de pertencimento a alta classe. Seu foco não é existir numa sociedade consciente dos limites de seus recursos, mas abusar deles para parecer o que "não é": nobre. Não são nobres! São mimeses de uma ideia atrasada de diferenciação de classes.
Enquanto andava notei que daquele carro (de aproximadamente 50 mil dinheiros) que vinha de encontro fora arremessada uma embalagem. É mais um inútil emporcalhando as ruas... Além desta mula ao volante com seu óculos de grife (uns 400 dinheiros) o acompanhava uma mulher por sinal tão cara quanto seu carro (errado quem pensa que as mulheres só são negociáveis no oriente médio). Usava uma réplica daquele óculos (feminina claro). Se assemelhavam a dois robôs: impávidos e incólumes em direção ao nada! Cada um em seu horizonte particular...
Um casal moderno indo às compras, comendo lanche no carro e jogando pela janela o refugo.
Imagina-se que um sujeito que tenha um carro e uma mulher tão cara - em algum momento da vida - teve acesso a informação e não seja como aquele adolescente alienado que foge dos rumos do bom senso para provocar sua auto afirmação também fazendo tais asneiras. Lamento, mas as esperanças são breves e opostas ao "prazer no desperdício" destas sociedades. O caos será a sorte dos sobreviventes!
As sociedades viveram seu eterno ocaso diário por insuficiência mental até entender a finitude que é a obviedade da matéria. Quando o mal for notado não haverá retorno. Agem como drogados. A sociedade vive de suas drogas diferentes caminhando para a morte na alegria desvairada de traficantes ou dos donos do Sistema.

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