Inúmeras teorias se propõem a explicar as relações sociais; suas
pechas, suas validades. Algumas nada fazem além de observar o passado de um
grupo ou determinada circunstância relacional e sentenciar que o futuro não lhe
será muito diferente; outras usam equivalente arquétipo baseando-se em dados
estatísticos para proporem seus vaticínios. Ainda temos aquelas que pintam o
homem com um romantismo essencialista metafísico, sendo não mais um estudo do
passado, mas uma prospecção do "deve ser assim" num plano ulterior.
Inversamente proporcional a existência condiciona o homem ao agora e determina
o carpe diem salvaguardando
o egoísmo de qualquer queixa, pois a minha necessidade é também a do outro e se ele está bem é porque é mais esperto e merece; será?
Não se pode dizer que haja nelas somente 'erro' uma vez que a
quase totalidade dos homens não sabem viver sem as razões que outros lhe dão
para existir e construir, ou melhor, sem as razões que o fundam: o domínio e medo.
Deste modo as teorias diversas permitem-se eufemizar o modus
vivendi dos sujeitos nos organismos sociais. Logo as teorias por mais
nobres que pareçam são apenas subgrupo de formas de "domínio" ou do "medo" instrumentos eternos sustentáculos das formas de poder, ou
seja, estão amparadas numa ou na outra forma que compõe o homem. Dão-se a
tautologizar esses padrões separadamente e, em outras circunstâncias, amalgamados.
Inútil trabalho seria enumerá-las, pois se elevaram a religiões e
outras se tornaram "religiões sociais" - de tão bem quistas passam,
desapercebidas, como profissões, mas não deixam de ser profissões de
fé numa matriz teórica. Às vezes as formas citadas não estão evidenciadas, contudo
não fogem a regra de dominar a técnica para logo mais condicionar os sujeitos
envolvidos nesse conjunto. E o medo como entra como nesse conjunto? Diria que
já é parte dos elementos que buscam dominar para não o sê-lo, também dos que se
permitem dominar, ou ainda aceitam a redução de sua humanidade ao termo
"cidadão".
Necessidade de domínio e medo são doenças crônicas dos cidadãos - tanto os bitolados em ideais metafísicos quantos os bitolados por ideais materialistas. São fontes de inspiração e mote diário para crer ou fundar teorias -
dominando e amedrontado vive o homem suas causas pessoais e coletivas.
Não é preciso sofrer muito para perceber que as teorias que fundam
esse modelo limitado de homem são as economicistas. De outro lado estão as de
caráter dogmáticos; outras com viés social devidamente estruturadas fundam
sujeitos autômatos e cegos na dinâmica da sócio exploração, precipuamente,
bem aceita por todos. Quando tratados pela fé vivem dos medos do além quando
não vivem dos medos que fabricam as teorias de domínio.
Eis - entre tantas - as teorias que padronizam os brilhantes
cidadãos do presente libertos nas modalidades arranjadas de felicidade
sugeridas em confabulações progressistas.
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