Sobre a vida
de Epicuro, como outros filósofos gregos, o que sabemos é sempre por conta de fontes extemporâneas ou textos fragmentados em pergaminhos, palimpsestos e inscrições em
pedras; sendo a característica comum a todos a atribuição. No caso de Epicuro temos
duas figuras que se destacaram em admiração de sua obra e consequentemente na
construção de uma estrutura literária quais são nossas fontes mais seguras para
entendemos a vida e pensamento filosófico de Epicuro: Tito Lucrécio Caro e Diógenes de Oenoanda, ambos I século a. C.
Notas:
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Fontes:
Epicuro, fundador da escola que tomou o seu nome, nasceu
em Atenas, provavelmente, em 341 a.C., do ateniense Néocles, e foi criado em
Samos. A mãe praticava a magia. Cedo dedicou-se à filosofia, sendo iniciado por
Nausífanes de Teo no sistema de Demócrito. Em 306 abriu a sua famosa escola em
Atenas, nos jardins da sua vila, que se tornaram centro das reuniões
aristocráticas dos seus admiradores, discípulos e amigos. Epicuro expôs a sua
doutrina num grande número de escritos, pela maior parte perdidos. Faleceu em
270 a.C. com setenta anos de idade. O epicurismo teve, desde logo, rápida e
vasta difusão no mundo romano, onde encontramos, sobretudo, Tito Lucrécio Caro
- I século a.C. - o poeta entusiasta, autor de De
rerum natura, que venerava Epicuro como uma divindade. A ele
devemos as melhores notícias sobre o sistema epicurista. A escola epicurista
durou até o IV século d.C., mas teve escasso desenvolvimento, conforme o desejo
do mestre, que queria os discípulos fiéis até a letra do sistema. A
originalidade deveria manifestar-se na vida. [1]
Este sítio
faz uma análise geral da vida e obra do filósofo privilegiando o que sucede ao
seu pensamento filosófico e sua relação indireta com o pensamento em voga da
época.
Noutro
endereço podemos encontrar um pouco de seu desenvolvimento enquanto mestre e o
feito que lhe daria o destino absoluto a sua vida: a fundação sua escola, mas
também elementos que ligam o epicurismo ao profano ou práticas recriminadas
pela sociedade da Idade Média ainda dominada pela instituição religiosa, porém fora nas palavras Danti que tornou-se impróprio e mal entendido.
Epicuro
ensinou filosofia em Lâmpsaco, Mitilene e Cólofon até que em 306 a.C. fundou sua própria escola filosófica, chamada O Jardim, onde residia com alguns
amigos, na cidade de Atenas. Lecionou em sua escola até a morte, em 270 a.C., cercado de amigos e
discípulos e tendo sua vida marcada pelo ascetismo, serenidade e doçura.
Na Divina Comédia, de Dante Alighieri, Epicuro é colocado no
Inferno como um Herege. Ele está na Sexta Prisão, junto com seus seguidores, na
cidade de Dite. A pena dos hereges consiste em serem enterrados em túmulos ardentes e
abertos, tendo os membros queimados pela areia quente. [2]
Constar na
Divina Comédia de Danti como algo negativo talvez tenha feito com que seu
pensamento filosófico seja interpretado de forma errônea, constantemente,
ligado apenas aos prazeres do corpo e da mesa. Mas se bem investigada, fiquemos
certos, esta percepção se desmonta sem demora.
Na filosofia
epicurista são necessários poucos elementos para obtenção da felicidade:
1) Amizade
2) Liberdade
3) Reflexão
A receita de
felicidade nos parece simples, resta então responder: por que as pessoas se
sentem tão infelizes ou buscas realizações que se transformam em frustrações logo depois?
Amizade é
uma fonte segura e dela emana o senso e contrassenso capazes de gerar algum
tipo de reflexão. Então o que justifica nossas certezas? O apego ao dogma pode
ser nosso mal supremo porque não existem verdades absolutas e tudo que o homem faz é tentar provar os fundamentos.
Liberdade é
das pretensões mais extraordinárias das vontades humanas, mas a busca desta pode
estar no caráter do “ledo engano.” A liberdade mais buscada desde que homem
entendeu que precisa existir com base em hierarquias é a liberdade financeira que pressupõe exploração. Para o epicurismo esta não é uma fonte de prazer segura.
Quanto a
reflexão haveria de ser uma atividade constante com reserva de tempo
específico, ou seja, o corpo precisa de alimento e repouso assim como nosso
espírito que é uma sensação ininterrupta precisa de ambos em seu modo de ser e estar.
Epicuro já
culpava o que hoje conhecemos como publicidade. É certo que em sua época não
fosse tão agressiva como em nossos dias, mas ainda sim já era vista como um mal para a conquista do que seria a verdadeira felicidade. Se Epicuro entendia a
gravidade das relações comerciais e políticas de seu tempo, que eram modestas se
comparadas as da atualidade, que modelo filosófico nos traria então diante da quase
totalidade dos nossos prazeres serem voltados para a alguma forma de
consumo ou ostentação de poder? (Talvez seja Ele o diabo de Marx). Como paradoxal está oficializada a "venda do conhecimento" (em colégios e universidades) como um caminho para o prazer, uma forma de felicidade, a garantia de vida segura e bem aventurada. Será?
Para não
sermos vítimas das veleidades alheias (a propaganda) podemos usar seus métodos em nossa
defesa, ou seja, como os anúncios são constantes, da mesma forma deve ser constante
nosso vínculo ao ideal de felicidade contrário ao consumismo. Talvez nos indagarmos
no momento que surge o desejo de comprar a três questões e se elas forem
respondidas positivamente possamos adquirir aquele produto sem nenhuma culpa. As
questões são estas:
A) preciso?
B) posso?
C) devo?
Como já
dissemos: uma vez que as três questões sejam satisfeitas nos sentiríamos mais
livres para efetuamos a compra, lógico que só será capaz de agir conscientemente,
e não se enganar, os sujeitos que não atendam a fatores patológicos de consumo
ou predispostos a irreflexão. Caso não satisfaça que esperemos o momento em que se enquadre a compra sem objeções.
Num
fragmento atribuído a Epicuro inscrito no muro construído por Diógenes de
Oenoanda [3]
120 a. C. (hoje Turquia) é possível perceber o desprezo deste filósofo aos
ritos sociais que causam dispêndios ao homem ou dele dependam para se
sentirem bem, assim diz: "A
riqueza além do necessário é inútil como um vaso que transborda. O verdadeiro
valor não é gerado por teatros, bares, perfumes, unguentos, mas pela
filosofia."
Epicuro
sustenta então que não precisamos em matéria nada que exceda a necessidade
natural. Esta racionalização do uso dos bens materiais para construção dum espírito [4]
equilibrado faria da vida um estado de contemplação em que os valores reais não
seriam encontrados fora dos sujeitos, mas em seu respectivo conhecimento sobre
sua necessidade, seu meio, seu imo.
O pensamento
epicurista tendia libertar os sujeitos das amarras que tornam a vida dos homens
socialmente aceita pelo viés comercial e político. Sua filosofia prática dizia
que para sermos felizes não precisamos nos submeter às vontades alheias, pois não
devemos fazer nada que nos traga alguma dor (ou remorsos, imaginamos) e se
fizermos que (essa dor) seja infinitamente inferior ao prazer ao prazer obtido.
Ai está implícita uma Lei da compensação pouco analisada pelos escritos que
tivemos acesso, contudo o fato de não termos maiores definições "sobre" não nos
impede de conectar a opção da dor pelo prazer ou do prazer pela dor a uma
escolha altamente pessoal.
O que fica
bem claro no epicurismo é o poder das escolhas e a destinação do modus vivendi diante do que realmente
importa: a amizade, a liberdade e a reflexão. Este conjunto é capaz de fazer
uma análise precisa sobre a “necessidade” sendo outro ponto muito discutido pelo
epicurismo. A partir do momento que se tem liberdade e condição para refletir sobre sua real
necessidade o sujeito torna-se livre novamente. Percebemos que se aliarmos o
pensamento epicurista ao Malthusiano teríamos, quem sabe, uma filosofia capaz
de impactar (levemente) algumas formas de consumo atuais e proporcionar o
entendimento mais leal das necessidades humanas.
Notas:
[3] Filosofia: Epicuro e a felicidade.
[4] Espírito em Epicuro não tem a mesma conotação cristã.
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Fontes:
Logosofia:
Uma nova forma de sentir e conceber a vida.
Disponível
em: http://www.mundodosfilosofos.com.br/epicurismo.htm#ixzz1q9NLksgg
Acesso: 24/03/12.
Epicuro.
Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Epicuro
Acesso: 25/03/12
Filosofia: Epicuro e a felicidade (3/3)
Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=yquMwrAOuOA&feature=bf_prev&list=PL84963687337B3051&lf=results_main
Acesso: 27/03/12
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