Dia desses notei a fala de uma figura dita importante, aparecia um
invariável "achismo" que não condizia com
a proeminência daquela personagem.
Observei a prolação de outras tantas "figuras
importantes" e lá estava o cabalístico achismo.
Bom! Talvez o "eu acho" seja um vício de linguagem que,
felizmente, não está presente no pensamento dos físicos, astrônomos,
poucos médicos e alguns intelectuais. Ao menos estes não vivem presos a
achismos e por isso nos dê tantas razões para admirar seu trabalho. Já as
figuras da moda na TV...
Lembro que quando falamos de intelectuais a referência não é
válida aos que escrevem livros de autoajuda (alquimistas do capital).
"EU ACHO!"
Nesta frase aparentemente simples escondem-se vários
embustes ou sempre uma pretensão estoicista e tola. Ao dizer "eu
acho" o sujeito admite explicitamente que não
está certo do que diz e por isso procura achar.. Ainda não encontrou
nenhuma resposta lógica e expõe o que pensa numa incerteza clássica.
Também achava! Agora não acho mais nada... Sempre que achava não
percebia que me perdia. Sempre que me sentia perdido procurava encontrar algum
sentido "achando". Apesar da sombra que paira numa conversa em que
se "acha" algo não se preocupam que o "achar" não
acrescenta nada e só mete dúvida.
Além disso, o problema do achismo é o vazio permanente piorado na
resposta em tom equivalente. Algo como "eu acho que não" ou "eu
também acho!."
Achismo além de nada dizer é uma metáfora coleante, num espaço sem
referência, isto é, sem gravidade, sem ponto de referência.
Começar uma frase com "eu acho" só não é pior que
começar uma frase que com "veja bem!" Quando o individuo assim
procede está nas entrelinhas o seguinte: "Também não sei o que estou
dizendo, mas pense que sei porque também, assim como você, quero acreditar
muito no que digo".
Enquanto a primeira forma ocorre a admissão da dúvida e (lembro) é
estoica; a segunda nutre-se de um pedantismo ineficiente e burlesco próprio de
alguns lideres.
Costumava achar que o que achava tivesse algum sentido, nunca
teve, pois não sabia se o que dizia achando carregava algum valor de
objetividade, falhava não via que é uma expressão desvalorizada de
introspecção, incapaz de satisfazer a realidade ou a questão dada. Tão
superficial quanto inócua.
O que você acha?
Comentários
Postar um comentário