As instituições não estão para solucionar nem para mediar
problemas, estão para contenção dos ânimos limitando os sujeitos em suas ações
e em possíveis refrações ao sistema ideológico, uma vez que o formato implantado
beneficia um grupo e seus aspirantes.
Se o crime não tem cura o que justifica
salários estratosféricos dos donos do poder e dessas instituições, como
lavradores lhes organizamos o alimento para sua sobrevivência e temos acessos
sociais minguados. Se as demandas parlamentares são tão árduas por que
matam, roubam e morrem por elas?
As instituições criam os problemas e financiam sua solução através
de peças teatrais monótonas: o juiz, o advogado, o réu, as testemunhas na
arquibancada sedentas de sim e de não. Isso é tudo que o povo come: punhados de
sim e de não.
A economia da cidade é pautada no protocolo, na usura, no medo, na
moda, na felicidade financiada e na esquizofrenia das divisões de classes.
Sendo esta última a maior e mais bem cuidada de todas as instituições
sociais.
Existe algo sórdido e inexplicável na economia: sua volubilidade
tranquilamente aceita como necessidade geral.
Depois da quase total destruição do planeta a economia tem se
voltado para a venda do conhecimento. É o mais controverso de todos os produtos
comerciais, pois não encontra-se totalmente fora do sujeito e sua introdução
completa forma bonecos sociais, comprá-lo não significa absorção dado que o
conhecimento seja o produto da moda.
O protocolismo está em todas as partes.
é basicamente desse conjunto que vive a cidade, isto é, A cria um
problema; B tenta resolver; C diz que provas que A tem um álibi fortíssimo e
vai provar sua inocência; J quer a resolução num tribunal; M oferece a solução
mediante o consumo de um produto que acabara de inventar, F cria uma instituição
para cercear o surgimento de problemas parecidos; X formula uma teoria que
explica a práxis; todos dizem blá-blá-blá... Até surgir um assunto que os faça esquecer-se
do anterior.
Universalmente estólida a sociedade diz progredir, compreende-se
algo pregresso, nota-se a incapacidade dos indivíduos em se desapegar de
valores inúteis, há incompreensão, há ausência de gestos humildes; vê-se
"sujeitos preparados para vencer na vida", mas o que de errado em
vencer? Nada se o modelo dado não fosse a exploração desmedida da natureza em
si e da humana com padrões de submissão institucionalmente aceitos.
Era este o mundo real do primo: o cidadão bem aventurado. Não
podem dizer que tudo fora visto aqui pelo prisma campestre, apenas notou-se que
na cidade problemas são transformados em cavalos de batalha ou escaramuças
ideológicas para fabricação de novos heróis: o policial, o prefeito, o
traficante, o padre, o empresário, etc. realidades diferenciadas valorizadas
burocratizadas e festejadas com ritos inaugurais, geralmente, com aplausos dos
pelegos ou pelos antolhos da satisfação que acredita tudo ser responsabilidade
do outro e não de cada um; como se não fosse uma proposta lógica da condição
humana "o realizar".
Na casa das máquinas vive-se de encantamentos alicerçados em
conceitos e preconceitos maquiados por seus diversos dogmas: Do capital ao
religioso, da justiça ao descaso, da política a sua ausência, do engano ao
real, da cidade versus campo, do individualismo negando o coletivo...
Sim e não, bem e mal são nossas maiores demências.
Sim e não, bem e mal são nossas maiores demências.
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