Observando as ações humanas em diversos contextos culturais, onde o sujeito se entende de fato, vê-se que os indivíduos seguem uma linha de raciocínio que tendenciosamente agrupam-se para formar o que consideram movimentos culturais, não que percebam isso enquanto está ocorrendo o fato, até porque os termos dados à épocas e conceitos costumam ser extemporâneos e podem não refletir uma verdade absoluta, valorizam ou subvertem as tradições, de qualquer forma não fogem do seu sim nem do seu não, avesso ou não a seus elementos estão contidos em seus arquétipos históricos, seja na valorização, seja na negação nossos dias pautam-se em propósitos direcionados por diversos modelos ideológicos que caminham para a ideologia maior que detém o "poder."
As pequenas instituições (que passo a passo transmitem os ideias da grande ideologia: o Estado), as casas eclesiásticas (cada uma com seu branco celestial cognominado de um termo muito agradável aos ouvidos), o sistema bancário (facilitando a felicidade financiada), A especulação imobiliária (prometendo que o melhor espaço para se viver em tempos modernos é um sobre o outro, pois as cidades já estão saturadas), os prostíbulos, os bailes, as convenções sindicais (berço modorra mental do trabalhador) etc., dizem formar peças para soluções de nossos problemas. Do céu à terra temos onde sermos felizes, mas para isso precisamos dizer "uma palavra quase mágica." O SIM! Só ele resolve, mas tem de ser um "sim" sem reflexão por que o "progresso não pode esperar”.
Este emaranhado de instituições colocadas para sermos bem aventurados têm papeis específicos nas sociedades: conter os ânimos, direcioná-los a um bem comum e servir de afluentes que deságuam no grande rio ideológico: as assembleias legislativas ou constituintes, os congressos diversos servindo à implementação da força ideológica do Estado amparando suas concepções. O que é contra a ordem deste pode sofrer adaptações para servi-lo (veja o Império Romano e o cristianismo). Não se escapa da força ideológica do Estado e para não sermos engolidos temos de saber o que significa "sim e não" no presente e no futuro.
Outra forma de dizer SIM é calar-se ou ser apolítico. Não que não devamos dizer SIM, mas que ele seja expressão de nosso imo. Não que tenhamos sempre que falar, mas que nossa fala seja carregada de respeito ao outro em seus aspectos físicos e culturais; talvez devamos ser apolítico, pode ser uma saída, pois é nela (na política) que estão contidas as maiores desgraças humanas; no entanto dizem que é impossível viver sem politicagem. Não sei... O que se percebe é que o sujeito apolítico cria outras formas de ignorância, vive-se a afasia social, uma sonolência, um distanciamento quase total das questões coletivas.
O contexto acima abre um buraco para a inversão da relação do homem com a natureza e o coloca num plano meramente comercial, uma vez que a política serve somente para esta ordenação do direito econômico e ratificação do status quo. A partir disso funda-se uma estranha alienação da subversão dos valores promovidos pela busca da negação da tradição, a ética é proteiforme, o moral não tem nenhum apelo, pois o que importa é o progresso (financeiro) pessoal.
Todos esses elementos são fortalecidos e sustentados pela saga midiática que deixou se perder no tempo sua posição de informante das massas e passou a ser empresa vendedora de informações a alto custo, ou seja, é uma empresa como outra qualquer que vende seu produto assim como os prostíbulos, as igrejas, os escritórios de advocacia, etc.,. Todos querem levar o sujeito a algum tipo de alegria desde que deixem um quinhão, um dízimo ou uma paga; que tais honorários? Só mudam-se os termos as finalidades são as idênticas. "Pague-me para ser feliz" ou "consuma meu produto viva bem!"
Pensemos: A busca do lucro e de um suposto progresso a qualquer custo sotopõem as bases de uma possível bondade humana e coloca o que conhecíamos como ética e moral num plano inalcançável, utópico. Com isso prevalece o alheamento das massas, cuja única forma vida democrática é a da ignorância. Vive-se a felicidade por não saber da realidade ou como disse Sófocles "quanto menos sabedoria mais alegria" nos provando que não há evolução alguma na mente humana, apenas o refinamento de determinados modos de se perceber e viver as novas realidades: ignóbeis ou ditas sábias.
Velasco esta é a forma de chamar a atenção para tudo que o humano deixou de valorizar por conta da busca da vantagem absoluta como se o nirvana fosse o vencer os obstáculos inventados pela moral social. Obrigado pela sua presença!
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