Com a baixa e refundamento do Taylorismo,
os improvisos desastrosos do tecnicismo, o avanço cibernético e o distanciamento
nas relações interpessoais a humanidade precisou desenvolver algo que faça com
que os sujeitos “não deixem de acreditar nunca:” no sistema; no mercado; na
família; na empresa e, principalmente, no potencial. Com o decaimento do
humano frente ao processo de industrialização se reconhece que o melhor produto
a ser trabalhado, moldado e sustentado é a subjetividade dos indivíduos.
Percebeu-se. Precisa de um
novo tipo de profissional. Mais um, desta vez um bobo da corte melhorado:
o palestrante! O palestrante é o profissional mais bem preparado para o
assunto, dá todas as dicas para ser ter vitórias a curto e longo prazo; no
momento (tão) auspicioso, no seu ápice todos esquecem que o tempo e o espaço
que teve suas vitórias não se repetem para seu ouvinte e sua loa não representa
mais uma realidade e sim o passado, ainda assim é mestre no tema deixando para
trás os doutores e pesquisadores que têm sempre algo racional a apresentar e
como proposição para entendimento não como um espetáculo; bom, mas para esses
são organizados seminários e não precisam fazer um misto de humor e vitória.
Isto é muito sério, preferem o ieieiê de um palestrante famoso e vitorioso. Pensou-se:
precisamos aprender com o passado também! Concorda-se. Discorda-se tom homérico
dado aos novos profissionais do palco e da bem aventurança que querem fazer de
sua estória um novo dogma. Discorda-se dos que entendem a palestra como panacéia em seus modelos representativos de força imperiosa e de decência e boa vontade. A prova dessa farsa está na proporção do cachê do bem aventurado palestrante.
Para evitar uma palestra bastaria termos em
mente as seguintes frases: “faça sua escolha baseado no empirismo, estude seu
“porém”, siga seus objetivos e mude quando não te satisfizer mais”. Ninguém
escapa disso. Escolhemos porque gostamos, avaliamos, afirmamo-nos ou não,
vivemos nossas escolhas e quando não nos satisfazem mudamos os objetivos,
entretanto o mercado precisa de exemplos miraculosos para salvar outras
"almas do limbo e encaminhá-las ao paraíso financeiro", a vitória, ao
sucesso! Fundaram a instituição do palestrante! O sabe tudo, o sujeito que
resolve! O profissional da vez. Um case! Ah está moda...
Prefiro ir ao circo de verdade - ali também
quero ser palhaço, não enganar, quero fazer sorrir sem fundar falsas
esperanças. O circo é uma das verdades mais puras da vida.
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