Deveria ter uma prova para que o sujeito
pudesse concorrer a algum cargo eletivo, assim como provas de concursos, pois o
fim não é mesmo? Ou seja, ocupar um cargo público.
Limitaríamos boa parte dos que não
entendem quais são os "deveres do ser político" e principalmente a
formação constante de siglas carregadas de seu vazio atanazador, mas quais são
além de obedecer às legislações como qualquer cidadão? Entre outros modos o
político começaria bem entendendo seu papel e cumprindo-o.
Os políticos assim como os pastores,
padres, aiatolás, caciques, pajés, pais de santo, rabinos, frades, monges,
xeques, lideres comunitários, o dono da empresa (alguns), o advogado, as
prostitutas, o cartola são profissionais do proselitismo, da arte da proposição
para o bem estar do sujeito, da persuasão que eleva individual ou
coletivamente. Em todos os casos se faz votos que esses exegetas ou
simplesmente conquistadores atinjam seus propósitos, pois sua vontade é o bem
para o próximo e a prosperidade conjunta. Contudo o Deus do político não é
imaterial como o deus de parte das figuras acima. Como seus propósitos são
frágeis também são frágeis suas ações. Como seu fim não é o apaniguar seus
prosélitos sua imagem distancia-se de algumas das figuras citadas
anteriormente, porém se assemelham muito bem a outras que visam as fugacidades
da vida.
A este indivíduo bastaria entender
que para ser político de verdade deveria ter espírito de guerreiro e não de
raposa. Para um guerreiro seu dever está acima de tudo. O conhecimento da área,
a objetividade é coletiva, a tradução de sua luta é para a posteridade, o
guerreiro não perde o foco, não ilude, ganha e reparte, etc.,. O problema
é que sempre ficam com a segunda opção provando que o egoísmo é seu maior vértice,
sendo um antípoda nato do guerreiro.
Como a gestação de raposa dura em média 52
dias e a de um guerreiro pode chagar a nove meses é natural que tenhamos mais
da primeira espécie.
Também é natural de todo tipo de animal o
agrupamento - em cada espécie um termo: matilhas, rebanho, nuvem, e no caso do
(animal dito) humano: partidos.
Existe algo de excêntrico no brasileiro.
Algo que possa chamado de narcisismo umbilical, uma individualidade a flor da
pele, um tal de jeitinho, na verdade uma relação fundada inicialmente com o
alter ego onde pouco se acredita que o objeto exógeno possa trazer algum
benefício, uma vez que o que está fora não tem as qualidades que julga ter o
primeiro. Onde o sujeito mais avançado mentalmente deixa de olhar para o umbigo
e acredita em nada mais que em mentiras encarnadas.
Será que isto justifica o número crescente
e assombroso de partidos dizendo as mesmas palavras com entonações diferentes?
Não isso exatamente, mas outros males. A
refração; a desconfiança, o brasileiro não tem origem certa, então não linhagem
para ser condescendente; não tem modelo de família (não quero falar das que vão
ao shopping para ser feliz); desconfia no sentido estrito e no sentido lato.
Contudo não caberia a vanguarda ideológica espezinhar seus patrícios permitindo
e fazendo assolações aos cofres públicos de formas diversas, inclusive
financiando essas legendas de forma direta e indireta.
Comparar político a raposa ou a
prostitutas é uma ideia velha já está ultrapassada, além fazer mau juízo das
pessoas que sobrevivem honestamente sem jamais ter sido objeto de
investigações, tendo em vista que ela não tem intenção de mentir e te
surrupiar. Adiante vamos emparelhá-los a vaqueiros e notar mais uma vez que são
tipos difíceis de classificar.
O número demasiado de partidos mostra que
não temos ideologia sólida nem alicerçada em contexto político algum.
Ou esse número nos informa que temos ideias em excesso? De forma alguma! O que
temos são partidos sem asserções claras, confusas até para membros das siglas.
Não podemos dizer que estamos perdidos
entre tantas ideologias porque não há debate nem ideias sustentáveis. Por vezes
nos espanta saber que tal sigla existe há mais de quinze anos. Então
voltamos ao ponto original: número exagerado de partidos e uma guerra ideológica
surda-muda que só estes indivíduos que disputam o Poder entendem seus sinais, a
"lsr" linguagem de sinas das raposas. O problema é que o povo não tem
interesse em aprender essa língua e os políticos ficam muito bem obrigado.
Absolvidos de tudo e absorvendo o de todos.
Para quebrar esse silêncio: pensei em
fundar o "Partido dos Sem Partido" (PSP), mas o termo sem partido já
está implícito em todas as siglas, não quero ser copista, quero fazer a
diferença! Alguém me disse que em política não se consegue ser diferente do que
existe por que o Estado é cavalo sem dono onde todos querem tirar proveito. Não
me respondeu porquê de precisarmos da existência do Estado, mas Bakunin já houvera ilustrado minha cabeça com
seus escritos (assunto para outra hora).
Como o modelo viável de sociedade é este e
parece insubstituível temos de tentar corrigir suas pechas. Que seja então
bradando! Comparando, classificando e outros “andos” possíveis!
Vamos aos chocalhos e aos partidos.
Um dos principais utensílios para os
vaqueiros no memento de transpor a boiada para outro campo de pastagem é o
chocalho, seguem o som que está numa rês de cabeceira.
A escolha do chocalho não é casual. O
primeiro passo é a observação sobre a manada qual das reses é cabecilha
constante. Outro quesito importante é o poder de tilintar do chocalho. Contudo
seu uso não serve só para orientação do gado, mas também que o vaqueiro
encontre o gado, geralmente vacum, em locais ermos ou bosques fechados.
Outras metodologias são empregadas no
trabalho deste profissional (quando bom), porém saber observar, direcionar e
escutar deveriam causar inveja em políticos que habituados a faturar alto logo
empossados não mais velam pelo seu mimo (eleitores), passam empregar
metodologias equivocadas ou simplesmente avarentas deixando de lado seu
verdadeiro propósito sendo em sua maioria anti profissionais.
Em relação à interação e os fins buscados
podemos apontar várias falhas do político e alta competência do vaqueiro:
A primeira é a desordem partidária. Fazem
analises tautológicas das questões nacionais e fingem ter grande conhecimento
para estarem ali. Nestes exames elevam a potências máximas suas visões de mundo
e a problemática nacional ganha status de causa nobre para a sigla, aqui se
assemelham a chocalhos bovinos na questão barulho, não na questão utilidade.
Será que precisamos de tantos chocalhos
com o mesmo tilintar?
A segunda é que esses pastores políticos
do povo têm propósitos muito distantes daquele vaqueiro que é fazer seu
trabalho bem feito, não subtrair o patrão, cuidar bem do rebanho orientando o
melhor caminho a seguir. Já o político depois de eleito esquece que é um líder
dum rebanho (o povo) e que tem um patrão (o povo na figura do Estado) e faz
tudo que o vaqueiro não faz: descuidar da manada ou subtrair o patrão.
Algum discorde poderá indagar que haja
limitação neste ser humilérrimo e respeitoso para com o rebanho. Se pensarmos
assim somos soberbos, como esta é parte das limitações humanas, não te
estranho.
A terceira falha do político é sentir o
próprio Estado e não temer a desordem que isso provoca. Já o vaqueiro se
reconhece como guia e não como dono, isso é liquido e certo para ele, para o
político não. Enfim, esta desordem permite o excesso de partidos com as mesmas
ideias é tilintares diferentes – cabecilhas despreparados ou preparados para
outros fins – só fazem barulho e furam os cofres públicos como os ratos
furariam um queijo!
Da quarta a centésima circunstância que
coloca o político na desvantagem em relação à competência e honestidade do
vaqueiro ficará a cargo de nossa investigação. Caberá cada um de nós ter
atenção daí por diante caso não queiramos ser tratados como asnos, pois vacuns
são mais bem tratados, asnos nem tanto... Só na hora de votar.
O bom para o coletivo não está na
presunção dos termos altruístas das siglas partidárias, uma vez que são símiles
a um rebanho onde se errou o número de chocalhos, logo aturdindo a todos. Num
reflexo lógico o Estado tem permitido um barulho de partidos que tilintam e
nada significam para o povo.
Não fale alto são quase palavrões:
Pmdbpdtpcdobprdemptbpcbpsolprtbpsdptdobptnptcpslpsdcpmnprpphsprbppspppsdbptpstupv.
Posso também dizer
plem-plem-blem-tlilim-pililim - não encontrei diferença nenhuma na sonoridade!
Estes não são ofensivos.
No caso do gado o barulho excessivo
estressa e dispersa.
Já os eleitores...
O viável tem sido fundar um partido para
cada gueto que se una ano a ano, a ascendência é tamanha que temo chegarmos a
150 milhões de partidos algum dia.
Bom, mas já estamos assim... As siglas
podem ser as iniciais de nosso nome e sobre nome, só nos falta o registro
eleitoral (lembre-se do narcisismo umbilical), pois a desunidade partidária e
ideológica já está posta a mesa.
As ideias assim como as moedas só têm dois
lados (para os pirronistas no máximo três) o que justifica 27 partidos em uma
nação? Quem lucra com isso?
Cada sujeito defendendo seus ideias de
modo solitário, num gueto ou numa confraria (como os ricos gostam de chamar)
unido ao seu inestimável alter ego visando beneficiar-se da mãe de todos: a
Senhora Estatal, permitir o aumento de legendas e a não redução seria a febre
mais intensa da introspecção voluntária do mal comum no brasileiro que é sua
alienação a política.
Enfim, existe um ponto de equilíbrio para
todos os sentidos – tanto físicos quanto sociais (para quem crer nos
espirituais também deve ter) não os reconhecemos.
Por quê?
In conclusão:
Enquanto eleitores não somos inteligentes
como os vaqueiros nas escolhas dos cabecilhas, na eleição dos lideres;
Não nos percebemos como Estado por termos
ódio e medo de ser patrão (o patrão ainda representa a figura do opressor, do
mal...) e preferimos transferir as responsabilidades;
Como políticos agimos exatamente enquanto
profetas que a tudo se profere ou promete e nada se cumpre;
Em semelhança a chocalhos temos os
partidos fazendo barulho sem direção a nada, uma vez que só existe “situação -
oposição”; “pobre - rico”; “direita - esquerda; embaixo - em cima”. Diferente
disso é falácia e nada mais;
Enquanto pessoa: rês desorientada num
pântano longe da sabedoria do vaqueiro (ou deveria escrever cowboy para
livrar-me do preconceito de inferioridade da língua?);
Enquanto cidadãos não reconhecemos valor
real do outro: tendemos a subestimá-lo ou superestimá-lo dependendo de sua
origem ou de sua posição social.
Precisamos de outros olhos - estes não
humanos! Precisamos de novas ideologias - estas não servem para a (quase)
totalidade das pessoas. Precisamos de menos barulho, mais dignidade,
mais coerência, menos usura, mais humanidade.
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